Se a vida pensasse, não saberíamos como ler esses pensamentos. Essa vida não pensa em nós, apenas nos arrastamos em seu magnetismo, atraindo e afastando-nos uns aos outros. As areias do tempo formam o grande deserto onde está enterrado o sentido de tudo isso, e como gatos com caixas desses grãos, movemos pequenas porções com nossos membros limitados. Alguns encontram areia movediça entre as formas desse deserto, e as memórias de tempos melhores são as cordas que os resgatam à superfície segura que é a felicidade: um oásis.
Ao ritmo de nossos passos se encaixa um arranjo intrincado, que é som da vida seguindo como sinfonia de gênio, cheia de tons inesperados, despertando o agradável sentimento de surpresa. Ficamos para trás e não queremos a alcançar, pois nunca para até que ecoe de volta.
As palavras se dissolvem no silêncio geral, mas ecoam na mente. (Érico Verísssimo)