segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Palavras de dois gumes

Já parou pra pensar que tudo que se escreve tem quantos sentidos quiser aquele que lê? É possivel fazer uma declaração de amor ao falar sobre uma amizade, tornar um romance uma saída sem compromisso, e até sufocar sem usar o travesseiro ou as mãos, se há no leitor um pensamento que convide a essas interpretações. Somos todos cheios de espadas nas mãos, e essas são as palavras.
Se cada um conseguisse o resultado que quer ao escrever algo, não seria necessário analisar gestos, olhares e rostos. Conversaríamos o tempo todo através destas letrinhas em monitores. Não há meio de ir contra a era digital sem tornar-se ilhado. Com cada um dos nossos pensamentos e sentimentos é possivel escolher um dos gumes da palavra.
Não somos luas, mas temos nossas fases, e em algumas queremos nos sentir o Sol da vida de alguém, outras apenas ficar longe das estrelas, com os pés firmes ao chão. Essas fases afiam ou cegam as lâminas dos nossos argumentos. Já cortamos e fomos cortados, mas as cicatrizes nos mostram o caminho.
Se o contato dos olhos não pode dizer a verdade os movimentos do corpo o fazem, mas as letras em mensagens e em recados virtuais não nos fazem justiça em nossa riqueza de significados e intenções. O baú de nossos tesouros emocionais e pensamentos preciosos está aberto apenas a quem quer enxergar seu brilho. Vamos cavar fundo e achá-lo ao fim da jornada.

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