quinta-feira, 21 de abril de 2011

Asas

Que fascinante é a mente humana. Se estamos com os pensamentos inundados por tristezas e decepções, tendemos a literalmente mergulhar nesse estado. Mas ainda assim, a busca pela superfície nos leva a um caminho cheio de esperanças, e surgem belas novas idéias de como não acabar novamente dessa forma, quase afogados.

Nos momentos mais obscuros e reservados, nutrimos reflexões tão elaboradas e profundas que surgem belos textos, belas impressões de como encaramos a vida. Se o motivo de tais decepções é o fracasso próprio ou de outros, atingimos diferentes graus de introspecção, e quanto mais profundas as águas dessas cavernas escondidas em nossas mentes, mais parecemos reunir fôlego, sempre querendo descobrir o fim do túnel.

Como um praticante de apnéia (que normalmente não passa dos 40), duram pouco esses períodos de inspiração e assim como falta o ar aos pulmões depois de tanto mergulhar, surgem os bloqueios, “morre” a vontade de produzir algo novo. Mas o mais magnífico pouco há de ser como um pássaro capaz de mergulhar nas águas e voar ao emergir delas, buscando o alimento que nutre seu corpo, e aqui, neste caso, nossa alma.

Dar asas à imaginação ao invés de permitir apenas que mergulhe na tristeza. Nenhuma tristeza é invencível, mas é preciso, como o pássaro, estar sempre em bando ao tentar encontrar um novo caminho, pois é de onde retiramos nossa inspiração, de novos caminhos.

Aquele que torna suas melhores idéias uma contribuição às de outro, ou uma feliz comparação ao que já é consagrado é felizardo. Somos todos como crianças nesses novos tempos, sempre em busca de reconhecimento, como tive a felicidade de ouvir dizer um escritor num belo filme, e reconheço a criança que às vezes volta a ensinar ao adulto que me tornei.

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